Era uma vez um homem chamado Arun, que vivia em uma aldeia tranquila cercada por montanhas e riachos. Apesar da serenidade ao seu redor, sua mente era um turbilhão incessante. Pensamentos sobre o passado e preocupações com o futuro o perseguiam, impedindo-o de sentir a paz que sua vila oferecia.
Certa manhã, ao caminhar pela floresta, ele encontrou um velho monge sentado à sombra de uma árvore frondosa. O monge observava o céu com um sorriso sereno, como se cada instante fosse um presente. Intrigado, Arun se aproximou e perguntou:
— Mestre, como posso encontrar paz? Minha mente nunca descansa.
O monge apontou para um pequeno jardim à sua frente e respondeu:
— Você vê esse jardim? Eu o cultivo há anos. Todos os dias, cuido do solo, removo as ervas daninhas e planto novas sementes. A mente é como esse jardim. Se você não escolher o que plantar, ervas daninhas crescerão por conta própria.
Arun franziu a testa.
— Mas como cultivo minha mente?
O monge pegou um punhado de sementes e soprou-as suavemente para o vento.
— Você cultiva sua mente através da atenção plena. Cada pensamento é uma semente. Se você regar a raiva e a ansiedade, elas crescerão fortes. Mas se nutrir a gratidão, a presença e a compaixão, um jardim de paz florescerá dentro de você.
Arun ficou em silêncio por um momento, absorvendo as palavras do monge.
— Mas como posso escolher as sementes certas? Às vezes, os pensamentos negativos surgem antes que eu perceba...
O monge sorriu e, com um gesto gentil, apontou para uma pedra lisa ao seu lado.
— Feche os olhos e escute sua respiração. Imagine que sua mente é como esse lago à nossa frente. Se vc jogar a pedra, vai agitar a superfície do lago. Quando a superfície está agitada, é impossível ver o fundo. Mas se você permanecer imóvel, a água se acalma e tudo se torna mais claro.
Arun obedeceu e, pela primeira vez, experimentou o silêncio dentro de si. Os pensamentos ainda estavam lá, mas não o dominavam. Ele percebeu que, ao observar sua respiração, criava espaço para escolher quais sementes queria cultivar.
A partir daquele dia, Arun passou a praticar a meditação diariamente. Sentava-se sob a mesma árvore, observava sua respiração e permitia que sua mente se aquietasse. Aos poucos, ele descobriu que podia escolher quais pensamentos alimentar, como um jardineiro que cuida com paciência e amor do próprio jardim.
E assim, Arun encontrou a paz que tanto buscava, não em algum lugar distante, mas dentro de si.
